15/10/2020
Trabalho dos profissionais é fundamental nos casos mais graves da doença, principalmente ao orientar o uso de respiradores
No Dia Nacional do Fisioterapeuta (13/10), um reconhecimento à importância do atendimento prestado por esses profissionais – ainda mais necessário durante a pandemia, quando os hospitais estaduais que recebem pacientes com Covid-19 registraram aumento no número de atendimentos. De março a setembro, mais de cinco mil pacientes com Covid foram atendidos por fisioterapeutas nas seguintes unidades: Hospital Estadual Carlos Chagas (HECC), Hospital Estadual Anchieta (HEAN), Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT), Instituto Estadual de Doenças do Tórax Ary Parreiras (IETAP), Hospital Regional do Médio Paraíba Dra. Zilda Arns Neumann (HRMP) e Hospital Estadual Roberto Chabo (HERC).
Atualmente, estas unidades contam com um total de 94 fisioterapeutas. E os profissionais sentiram diferença não apenas no número de pacientes, mas na característica dos doentes sob seus cuidados. Leandro Pascoutto, coordenador de Fisioterapia do IETAP, explica essa mudança:
“Estamos acostumados com pacientes graves, mas o paciente Covid tem uma instabilidade ventilatória muito grande. Ele fica 24 horas sendo assistido e requer atenção a todo momento, porque é um paciente muito grave e atípico”.
A Covid é uma doença que, nos casos graves, tende a atingir o pulmão, evoluindo para uma insuficiência respiratória. Assim, a intervenção dos profissionais da terapia intensiva (médicos, enfermeiros e fisioterapeutas) que tratam estes quadros é essencial.
“Não basta intubar ou sedar, que é a postura do médico ou da enfermagem. É preciso, por exemplo, ajustar os parâmetros do respirador, e isso é feito pelo especialista da fisioterapia. O respirador tem os seus parâmetros básicos de engenharia, mas cada pulmão é único devido ao seu tamanho, peso, pela idade. Fazemos todo o cálculo para ajustar e criar harmonia entre o respirador e o paciente”, diz Pascuotto.
O plantão de um fisioterapeuta dura 24 horas, o mesmo período de trabalho de um médico ou enfermeiro. Durante este tempo, o terapeuta participa de variados estágios de atendimento do paciente com Covid-19. Já na entrada, por exemplo, é o responsável por avaliar a função respiratória do paciente.
Estes profissionais também oferecem opções de tratamento para os pacientes, em conjunto com médicos e enfermeiros. A pronagem, que ficou mais conhecida com a pandemia de Covid-19, é um exemplo.
“A posição prona ficou muito conhecida agora, mas eu, por exemplo, tenho 20 anos de formado e há 20 anos a utilizo”, informa Pascoutto. A técnica consiste em virar o paciente com alta deterioração do pulmão de barriga para baixo. “A parte de trás do pulmão tem mais área pulmonar do que a frente, melhorando a ventilação pulmonar do paciente”.