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Dia Mundial da Luta Contra o Câncer: conheça a história da funcionária do HECC que enfrentou a doença na mama e hoje está em remissão

08/04/2021

Ela tem um laço rosa tatuado no braço esquerdo, símbolo da sua luta contra o câncer de mama. Roseclei de Paulo, de 59 anos, é técnica de enfermagem do Hospital Estadual Carlos Chagas e, no início de 2018, descobriu um câncer no seio direito. Ao se consultar com um médico, foi informada que a doença estava na fase inicial, mas precisaria fazer uma mastectomia total, procedimento cirúrgico que se baseia na remoção de uma ou ambas as mamas.

Neste 8 de abril, Dia Mundial da Luta contra o Câncer, Rose, como é carinhosamente chamada pelos amigos da unidade onde trabalha, acredita que o diferencial no seu caso, foi ter feito exames regularmente. “Neste momento, o que eu mais quero é falar para as mulheres sobre a importância de fazer exames e se cuidar. Porque eu fiz e descobri um nódulo bem pequeno. Sabia que se fosse câncer, estaria em fase inicial. Procurei uma médica e ela me indicou um mastologista. Ele pediu vários exames, inclusive uma biópsia, que trouxe a confirmação: era um câncer de mama, mas estava muito no início ainda”.

Mesmo sabendo que suas chances de cura eram grandes, Rose não conseguiu segurar as lágrimas ao receber a notícia. “Quando eu tive a confirmação, parecia que eu tinha recebido uma sentença de morte. É muito triste, eu estava sozinha e chorei muito. Mas eu tenho muita fé e sempre acreditei que conseguiria vencer essa doença. Comecei a correr atrás para fazer os procedimentos necessários e confiei o tempo todo que daria tudo certo”, lembra.

No dia 22 de julho de 2019, a profissional fez a cirurgia e, por precaução, passou por quatro sessões de quimioterapia. “A cirurgia foi tranquila. Não tive sustos e fui pra casa logo. Já o tratamento foi bastante complicado. Este processo foi muito agressivo, pois eu perdi os dentes, a unha, tive dores nos ossos, nas costas, cólicas e muitos outros efeitos colaterais”, conta Rose, que também sofreu muito quando perdeu o cabelo. “Às vezes, as pessoas acham que diante de uma doença como esta, questões estéticas precisam ficar de lado. Não é bem assim. Quando o meu cabelo caiu, eu não queria aceitar de jeito nenhum. Meu cabelo era enorme, na altura da cintura. Eu amava cuidar dele. Sempre fui muito vaidosa. Essa fase foi uma das piores”.

Passados os momentos difíceis, hoje, Rose está em remissão e só vai ao INCA duas vezes por ano. “Tenho que ir lá para pegar medicamentos e fazer exames. Voltei a trabalhar em Novembro de 2020, tenho me sentido muito bem e levo uma vida normal”.

Alexandre Chieppe, ginecologista, obstetra e sanitarista da Secretaria de Estado de Saúde (SES), reforça que, hoje, o câncer não é mais um tabu por conta dos tratamentos eficazes e da divulgação da importância de diagnosticar precocemente. “O câncer ainda é um enorme problema de saúde pública para todo mundo. O que mudou de um tempo pra cá é que, de uma forma geral, hoje há tratamentos muito eficazes e metodologias muito boas para fazer um diagnóstico precoce de muitos deles. Alguns tipos de câncer como o de mama e o de colo de útero, vêm reduzindo bastante a sua incidência ao longo dos anos no mundo por conta dos métodos de rastreamento, que permitem um diagnóstico precoce”, explica o profissional.

Chieppe também enumera alguns fatores que podem ajudar a prevenir a doença. “O primeiro passo é conhecer o seu corpo. Muitos tipos de câncer, como o de mama, o de testículo, o de pele, de colo do útero e intestino, por exemplo, dão sinais sutis, mas que podem ser identificados. Também é importante realizar os métodos de rastreio de câncer atualmente disponíveis. Exame de Papanicolau, vacina contra HPV e realização da mamografia de forma regular, são alguns métodos que podem ajudar a diagnosticar a doença precocemente. Outra ação importante é consultar o médico de forma regular”, lista o ginecologista.

Por fim, o médico ressalta a importância da boa alimentação e da prática de exercício físico neste processo. “Ter hábitos de vida saudáveis, o que significa evitar tabagismo, álcool em excesso, e se exercitar de maneira regular, são ações que podem ajudar a combater alguns tipos de câncer. E, lembre-se: tenha uma vida feliz. Em alguns casos, a doença está associada à imunidade, então ter uma vida alegre também faz a diferença”.

Se a ideia é ser feliz, Rose segue esta dica à risca. Sempre positiva e dona de um sorriso encantador, ela faz questão de deixar uma mensagem de incentivo para quem está enfrentando a doença. “Quero dizer para não desistirem. Tentem se manter firmes e com muita fé, porque ela é o princípio de tudo. E não se descuidem. É muito importante conhecer o seu corpo e procurar um médico ao primeiro sinal de alteração. Não podemos ter medo de ir ao médico e investigar. Isso é saúde, é cura!”, finaliza.

Texto de Carmen Lúcia 

 

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