Oficina de máscaras leva animação carnavalesca para pacientes do CPRJ
13/02/2017
Com cartolina, canetinha, cola e glítter, os pacientes do Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro mostram suas habilidades nas oficinas de Carnaval e criam suas próprias máscaras, com o auxílio dos profissionais de saúde. A atividade deixa os usuários à vontade para inventar e estimula a interação entre si, expondo a criatividade de maneira lúdica e divertida. Os idosos inscritos no Programa de Atendimento Ambulatorial a Terceira Idade (PATER) também participam da confecção.
A oficina, além do significado terapêutico, provoca estímulos positivos e essenciais ao desenvolvimento desses pacientes.
- Após avaliarmos a necessidade do paciente, identificamos a melhor maneira de exercer a atividade ao longo das oficinas promovidas pelo CPRJ, em acordo com o tratamento e estimulando a criatividade e a socialização destes usuários. Muitas destas pessoas mostram uma considerável melhora no relacionamento interpessoal – explica a terapeuta ocupacional e uma das responsáveis pela oficina, Maria Cristina de Freitas Barreto.
A animação não é apenas da equipe médica da unidade, mas dos usuários do CPRJ, que registram a alegria em trabalhar nas oficinas.
- Me faz muito bem estar aqui, me traz tranquilidade e paz. Sempre venho para as oficinas e faço várias coisas: pinto quadros, bordo, faço esculturas, crochê e agora estou criando minha máscara de Carnaval. Considero aqui minha segunda casa – destaca a paciente Mirian Bravo Jailil, 52 anos. Todo o material confeccionado é exposto em um bazar mensal na unidade.
A satisfação dos pacientes ao longo das atividades, em um ambiente propício, facilita a liberdade lúdica e constrói um novo olhar sobre a forma de abordagem do tratamento psiquiátrico.
- A gente não foca na limitação do paciente, mas no respeito e na potencialidade que cada um deles tem. Dar atenção, não apenas sob a ótica médica de tratamento, mas humanizada faz com que eles se sintam tratados com mais igualdade e ouvidos pela sociedade – ressalta Marcondes Mesqueu, coordenador da oficina de teatro do Hospital Dia do CPRJ, onde os usuários também confeccionam material carnavalesco e ensaiam coreografias de marchinhas de Carnaval.
A ideia da direção da unidade é realizar um baile de máscaras para exposição do trabalho nas próximas semanas.
Programa de Atendimento Ambulatorial a Terceira Idade (PATER) – Desde 2005, o centro dispõe de serviços voltados ao público da terceira idade que possui transtornos mentais, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida física e mental. Cerca de 300 pacientes estão inscritos no programa e contam com o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Fisioterapia, reeducação corporal e terapia ocupacional são algumas das atividades oferecidas para os pacientes habilitados.
O centro psiquiátrico – A unidade tem como objetivo coordenar a assistência necessária ao processo de ressocialização de pacientes com transtornos mentais e é composto de emergência 24 horas, enfermaria, ambulatório e Hospital-Dia (voltado para pacientes que não ficam internados na unidade), totalizando cerca de 3.600 atendimentos por mês.
