02/12/2024
Bebês prematuros e suas famílias têm atendimento especializado em quatro maternidades da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), especialmente durante o Novembro Roxo, o mês de sensibilização sobre a prematuridade. A rede de atendimento reúne o Hospital Estadual da Mulher Heloneida Studart (HMulher), em São João de Meriti, o Hospital Estadual da Mãe (HMãe), em Mesquita, o Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), em Niterói, e o Hospital Estadual dos Lagos Nossa Senhora de Nazareth, em Saquarema.
“A SES-RJ está pronta para acolher o bebê prematuro e sua família durante esse momento tão difícil. Em nossas UTIs neonatais, seguimos o protocolo para assegurar a alta hospitalar, utilizando métodos humanizados e acolhedores, com equipe multidisciplinar voltada para os nossos pequenos pacientes e seus pais. Também realizamos trabalho de prevenção junto às gestantes, enfatizando, principalmente, a necessidade do acompanhamento pré-natal”, disse a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello.
A prematuridade é o nascimento de um bebê antes das 37 semanas de gestação. De janeiro a outubro deste ano, o Rio de Janeiro registrou um total de mais de 129 mil nascimentos, sendo mais de 16 mil prematuros, com índice de 12,7%. Em 2023, foram 140.281 nascimentos no estado, com 16.859 bebês prematuros.
Com a maior rede UTI neonatal da rede pública e da privada, o Hospital Estadual da Mulher Heloneida Studart (HMulher), em São João de Meriti, se destaca pelo atendimento humanizado a gestantes, mães e bebês. A unidade é a primeira da rede estadual totalmente especializada em gestação de médio e alto risco. De janeiro a outubro, já realizou 2.920 partos cirúrgicos e vaginais, além de 724 bebês atendidos no bloco neonatal. As ocorrências mais comuns são o desconforto respiratório e as doenças congênitas.
São 53 leitos na UTI neonatal, sendo 20 de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), 29 leitos de UCINCo (Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Convencional) e 4 UCINCa (Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru). As técnicas aplicadas contribuem para uma recuperação mais rápida e a redução do tempo de internação dos recém-nascidos. Entre elas, o método Canguru, que permite pelo menos uma hora do bebê em contato com o calor do colo dos pais, logo nos primeiros momentos de vida. A prática reduz o estresse, as taxas de infecções e estimula a amamentação.
Mãe da Miriam Alice, que nasceu com 34 semanas no dia 05/11, a dona de casa Verônica Guedes dos Santos, moradora de Santa Cruz, na Zona Oeste, está acompanhando a evolução da filha internada na UTI neonatal. “Eu me sinto triste porque estou longe da minha família e dos meus outros filhos, mas sei que ela está sendo bem tratada. A equipe aqui é muito boa. Tenho certeza de que vai dar tudo certo”, disse Verônica.
Outras puérperas com bebês internados no bloco neonatal do HMulher ganharam um “Dia da Beleza” este mês. A ação, que integra o Novembro Roxo, contou com a equipe do cabeleireiro Celso Kamura e apoio da Associação de Cuidado Integral à Prematuridade (Acip), oferecendo cuidados com os cabelos, unhas e limpeza de pele.
“O Novembro Roxo é a conscientização da população em relação à prematuridade, que pode acontecer com qualquer família. Nosso papel aqui é oferecer informações precisas para que todos possam atravessar esses momentos longos e difíceis, mas que podem se tornar mais fáceis com o acolhimento prestado pelas nossas equipes. Lembramos ainda às mamães que não deixem de fazer o pré-natal, com todos os exames necessários”, afirmou o diretor do HMulher, Abrahão Ricardo Vianna.
Destaques da rede
O Hospital Estadual Azevedo Lima (HEAL) atende também bebês com menos de 28 semanas, a maioria com problemas respiratórios e de má-formação. De janeiro a outubro deste ano realizou 490 internações, com equipe multidisciplinar que reúne médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, assistentes sociais e psicólogos. Além do método Canguru, também aplica a musicoterapia, utilizando as músicas de Mozart, que ajuda a desenvolver a neuroplasticidade cerebral na hora do soninho, além de banhos de Ofurô, redeterapia e o polvinho terapêutico, cujos tentáculos simulam o cordão umbilical. São 10 leitos de UTI neonatal e 5 UI (unidade intermediária – semi-intensiva).
A professora Thaila de Moraes Carvalho de Abreu, 29 anos, e o autônomo Marlon de Abreu Farias, 37, hoje vivem felizes em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, com a filha, Maria Eduarda, de quase 2 anos. A menina nasceu em outubro de 2022 com apenas 27 semanas e 2 dias, 615 gramas e 32 centímetros e passou 113 dias internada na UTI neonatal do HEAL. A família encontrou na equipe multidisciplinar da unidade o apoio necessário para enfrentar os piores momentos, como os problemas respiratórios, hemorragias, retinopatia e infecção bacteriana grave. Hoje, a bebê se desenvolve bem e recebe cuidados de fisioterapia.
“Foi um período muito difícil para a nossa família, mas sempre tivemos a certeza e a fé de que ela iria se recuperar. Hoje, vejo a minha filha como um milagre”, disse Thaila, ao lado do marido. “Meu conselho para os papais que estão passando por isso neste momento é acreditar na medicina. Tivemos o apoio de uma equipe maravilhosa do HEAL, que sempre nos orientou nos momentos mais difíceis”, completa Marlon.
Com 10 leitos de UTI e 15 UCINCo, o Hospital Estadual da Mãe (HMãe), em Mesquita, prestou 169 atendimentos de janeiro a outubro voltados para bebês prematuros, com médicos pediatras, enfermeiros neonatalogistas e fisioterapeutas especializados. Também estimula a participação dos pais durante a internação, além de métodos humanizados como canguru e redinha. Já no Hospital Estadual dos Lagos, o desconforto respiratório é a principal ocorrência registrada no atendimento ao prematuro. Até o mês de outubro, foram 217 internações, com 13 leitos em funcionamento.
Fotos: Maurício Bazílio