26/04/2014
Atualmente, há cerca de 30 milhões de pessoas hipertensas no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Lembrando que a hipertensão arterial é o mais importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças do coração no país, neste sábado (26 de abril) é comemorado o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Hipertensão.A doença, conhecida como “inimiga silenciosa”, pela falta de sintomas claros, é perigosa. “Ela pode reduzir a expectativa de vida de um indivíduo em até 16,5 anos”, alerta o diretor geral do Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac), Rossi Murilo.Abaixo, um pingue-pongue com o diretor do Iecac esclarece cinco dúvidas comuns da população em geral sobre a hipertensão.
- O que é a hipertensão?
A hipertensão arterial é o mais importante fator de risco para o desenvolvimento das doenças do coração e dos vasos em nosso país, onde há mais de 30 milhões de hipertensos. No Brasil, a primeira causa de morte é o derrame (acidente vascular cerebral), seguida do infarto do miocárdio, doenças cuja principal causa é a hipertensão arterial não controlada. Consideramos hipertensão arterial quando os valores da pressão arterial ultrapassam os limites de 140x90mmHg. Acima desses valores, alguns órgãos importantes, como o coração, o cérebro, os rins, os olhos e as próprios vasos, entre outros, sofrem maior desgaste e podem surgir doenças. Assim, consideramos que indivíduos que apresentem valores acima dos ditos “normais” devem ter sua pressão e ter seus dados clínicos avaliados constantemente por um médico, para saber qual o seu real risco de desenvolver a doença.
- Quais são os sintomas e tratamentos da hipertensão?
Na grande maioria das vezes a hipertensão é uma doença assintomática, sendo conhecida como “Inimigo Silencioso”. Quando presentes, os sintomas mais comuns são dor de cabeça, dor na nuca, enjoos, tonturas, cansaço e falta de ar, mas nenhum desses é específico da doença. Muitas vezes, eles surgem quando a hipertensão já causou danos ao organismo. É importante que o indivíduo, na suspeita de apresentar hipertensão, procure um médico que irá aferir a pressão e realizar exames. Se necessário for, determinar a introdução de medicamentos para o controle da doença. Vale lembrar que ninguém deve tomar um remédio para controle da pressão arterial sem orientação médica.
- Existe algum grupo de risco que deve tomar mais cuidado com o desenvolvimento da hipertensão?
Indivíduos filhos de pai ou mãe hipertensos têm 30% de chance de desenvolver a doença e quando os dois, pai e mãe, têm a doença, o risco sobe para 50%. Além da questão hereditária, outros fatores modificáveis são extremamente importantes: sobrepeso ou obesidade podem acelerar em até 10 anos o aparecimento da hipertensão; o consumo exacerbado de sal, de gorduras saturadas e de álcool; e o baixo consumo de frutas e vegetais, assim como a inatividade física. Das doenças que podem surgir associadas à hipertensão, a diabetes mellitus (elevação do açúcar no sangue) é uma das mais importantes na aceleração e desenvolvimento da hipertensão e de suas complicações.
- Quais são os principais problemas de saúde que os hipertensos podem desenvolver?
A hipertensão é dita como um “Acelerador do Envelhecimento dos Vasos”. Dados da Organização Mundial da Saúde demonstram que hipertensos que não têm a pressão controlada, podem ter a expectativa de vida reduzida em até 16,5 anos. Além disso, o hipertenso não controlado tem maior chance de sofrer infartos do coração, derrames cerebrais, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, impotência sexual e até demência cerebral, entre outras complicações.
- Que tipos de cuidado a pessoa hipertensa deve ter com a alimentação?
As duas medidas dietéticas de maior impacto no controle da pressão arterial são a manutenção de um peso ideal e o controle da ingestão de sal. A obesidade é o principal fator externo para o desenvolvimento da hipertensão. Assim, todos os esforços devem ser feitos para uma ingesta adequada de calorias, gorduras e carboidratos, além de frutas e verduras, seguindo as recomendações médicas. Quem tem pressão alta deve reduzir o consumo de sal na alimentação, de produtos industrializados e de produtos sabidamente ricos em sódio. O sal é o principal “vilão da mesa” de um hipertenso e o brasileiro consome mais que o dobro do recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Não podemos deixar de citar a prática regular de exercícios físicos, que auxiliará no controle do peso e no controle da pressão.
Fonte: Ascom/SES