17/10/2024
A Secretaria de Estado de Saúde está realizando reuniões diárias do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COEs). O ato que instituiu o comitê foi publicado no Diário Oficial nesta terça-feira (15/10), mas os encontros começaram ontem. O objetivo é reforçar o acompanhamento das ações relativas aos casos de contaminação de transplantados. É mais uma medida, que se soma às que já estão em andamento para acolher os pacientes e dar mais segurança aos procedimentos relacionados a transplantes, para que o episódio jamais se repita.
O COEs é instalado sempre que temos uma emergência em saúde pública. Já acionamos esse dispositivo durante a pandemia de Covid-19 e a epidemia de dengue, por exemplo. Neste primeiro momento, faremos encontros diários para oferecer respostas ainda mais rápidas que ajudem a mitigar os impactos desse fato absurdo e sem precedentes relacionado ao transplante de órgãos – explica a secretária de estado de Saúde, Claudia Mello.
A secretaria também iniciou inspeções da Vigilância Sanitária estadual, desde segunda-feira, nas unidades hospitalares que realizam captação de órgãos. A medida vai revisar a aplicação das normas desses procedimentos. Uma equipe de Segurança do Paciente também está visitando as unidades transplantadoras.
Ações imediatas foram tomadas
A medida reforça outras ações já implementadas pela pasta. Uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados, identificando as necessidades específicas de cada um deles. O Hospital Universitário Pedro Ernesto foi designado como referência para o atendimento aos pacientes, que já começaram a receber medicamentos pelo SUS.
O laboratório privado, contratado por licitação pela Fundação Saúde para atender o programa de transplantes, teve o serviço suspenso logo após a ciência do caso e foi interditado cautelarmente.
Os exames passaram a ser realizados pelo Hemorio, que também está reavaliando todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, entre dezembro de 2023 e setembro de 2024, período de atividade do laboratório.
Uma sindicância foi instaurada para identificar e punir os responsáveis. Por necessidade de preservação das identidades dos doadores e transplantados, não serão divulgados detalhes das circunstâncias.
“Não estamos medindo esforços para elucidar os fatos e punir os responsáveis. É importante ressaltar que o serviço de transplantes no estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas, finalizou Claudia Mello.