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Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia realiza acompanhamento de pacientes que não se identificam com o sexo biológico

08/07/2020

Fundado há mais de 20 anos, o Instituto realizou, apenas no ano passado, mais de 3 mil atendimentos a pacientes transgêneros

O Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE), administrado pela Fundação Saúde (FS) realiza, desde 1999, acompanhamento de pacientes transgêneros que procuram tratamento ambulatorial hormonal. O ambulatório de Disforia de Gênero, é um dos pioneiros no país e referência no atendimento a transgêneros no estado. Em 2019, foram mais de 3 mil atendimentos a pacientes transgêneros realizados pela equipe multidisciplinar do Instituto.

Por definição, o transgênero é um homem ou mulher que não se identifica com o gênero designado ao nascimento. Muitos trans sentem como se tivessem nascido em um corpo errado. Para adequarem-se ao gênero com o qual se identificam, busca-se tratamentos hormonais e cirúrgicos para alcançar a aparência desejada, modificar suas características sexuais e físicas para o gênero desejado. Para isso, é necessário ser acompanhado e avaliado por equipe de saúde mental e médica, e assim ser encaminhado se desejado para realização a cirurgia de redesignação sexual e outras intervenções cirúrgicas que forem necessárias.

Em 2016, o projeto do IEDE foi habilitado pelo Ministério da Saúde, juntamente com outros três serviços similares no país. Atualmente, são nove as unidades credenciadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que oferecem o atendimento. Para ser atendido pelo IEDE, o interessado precisa ter um encaminhamento médico, ou de algum profissional de saúde mental, e procurar uma unidade básica de saúde ou secretaria de saúde, para que seja feito o agendamento para triagem do Instituto.

‘’Após dois anos de tratamento hormonal, o paciente é avaliado pela equipe multidisciplinar, formada por endocrinologistas, psicólogo e psiquiatra, que se considerar o paciente apto, emite um laudo que pode, inclusive, referenciar o paciente para a cirurgia de redesignação sexual e outros procedimentos. O serviço conta também com apoio de equipe complementar, formada por assistente social, clínico geral, ginecologista e fonoaudiólogo’’, explica a diretora técnica-assistencial e também coordenadora do ambulatório de disforia de gênero do IEDE, Dra. Karen de Marca.

No IEDE, os pacientes usufruem do tratamento hormonal e recebem o laudo para se candidatarem à cirurgia, que são realizadas em hospitais referenciados da rede pública. Depois do procedimento, continuam com acompanhamento hormonal por tempo indefinido, e psicoterápico e/ou psiquiátrico por pelo menos mais um ano.

‘’Somos habilitados pelo Ministério da Saúde para atender os pacientes no pré e pós-operatório da cirurgia de redesignação sexual. Vale ressaltar que não apenas os pacientes que desejam fazer a cirurgia são acompanhados pela unidade. Nós também fazemos todo o acolhimento do paciente, dando todo suporte juntamente com a equipe multidisciplinar e a hormonioterapia’’, pontua a diretora.

Além disso, segundo a diretora, o IEDE é internacionalmente reconhecido como referência no processo transexualizador.

‘’O Instituto também é pautado em Pesquisa. Temos elaborado monografias e Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) juntamente com os residentes da unidade. Frequentemente, somos convidados para participar de congressos no Brasil e no exterior, sendo reconhecidos nacional e internacionalmente como referência na experiência no processo transexualizador’’.

Em 19 de novembro de 2013, foi publicada a Portaria nº 2.803 que redefiniu e ampliou o Processo Transexualizador no Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo é atender as pessoas que sofrem com a incongruência de gênero, quando não há reconhecimento do próprio corpo em relação à identidade de gênero (masculino ou feminino). A implementação do Processo Transexualizador no SUS, que regulamenta os procedimentos para a readequação sexual, se insere no contexto da Política Nacional de Saúde Integral LGBTQI+ e o desafio subsequente é a garantia do acesso a todas as pessoas que necessitam desta forma de cuidado.

Sobre o IEDE
Localizado no centro do Rio de Janeiro, o Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE) é um centro de excelência no tratamento, ensino e pesquisa de doenças endócrinas e metabólicas como o diabetes mellitus, distúrbios da tiroide, obesidade e transtornos alimentares, doenças genéticas raras e rastreamento neonatal. Em 2019, a unidade realizou mais de 80 mil atendimentos.

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