07/06/2018
Dados do Ministério da Saúde apontam que mais da metade da população brasileira adulta está com excesso de peso. A obesidade é considerada um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. No Estado do Rio, há mais de 26 anos, a Secretaria de Estado de Saúde oferece tratamentos para obesidade e os transtornos alimentares no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE), no Centro, através do Serviço de Obesidade e Transtornos Alimentares (SOTA).
- Os ambulatórios do IEDE são pioneiros em diversos serviços. Oferecemos o tratamento para obesidade, síndrome metabólica e diabetes que é referência no Estado. A promoção da saúde e o controle de peso devem estar ao alcance de todos. Oferecer isso através da rede estadual de saúde é o nosso papel – disse o secretário de Estado de Saúde, Sérgio Gama.
No serviço são oferecidos tratamentos para obesidade e vários outros distúrbios como anorexia nervosa, bulimia nervosa, compulsão alimentar, síndrome de Prader-Willi e também o acompanhamento antes e depois da cirurgia bariátrica. O ambulatório tem capacidade de atender em média 1.300 pacientes por mês e recebe pessoas de todo o Estado do RJ, que são encaminhadas ao hospital pela rede de atenção básica de saúde, através da Central Estadual de Regulação.
No IEDE a principal ferramenta contra esses transtornos é o trabalho em equipe. Todo o tratamento é baseado no acompanhamento multidisciplinar. O ambulatório conta com endocrinologistas, psiquiatras, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais e educador físico. A primeira consulta é sempre com o endocrinologista e após passar pela primeira avaliação geral, o paciente é encaminhado para as outras especialidades. As consultas acontecem em média uma vez por mês. São oferecidos exames complementares, acompanhamento nutricional, orientação para exercícios físicos, terapia familiar e individual, e em alguns casos pode ser indicada a cirurgia bariátrica, que é realizada em outras unidades da rede pública. A estrutura conta com 13 salas de atendimento, além de um banheiro adaptado para atender as necessidades do grande obeso.
- O acompanhamento com o endocrinologista, com o psiquiatra ou psicólogo e com a nutricionista é fundamental. Os pacientes com transtornos alimentares necessitam dessa equipe multidisciplinar, um único profissional não consegue abranger a complexidade desses transtornos. A mudança de hábitos, a alimentação, o controle das emoções e da compulsão alimentar, quando presente, são aspectos sempre em foco no tratamento. Em alguns casos, especialmente no caso de adolescentes, associamos a terapia familiar – explica a psiquiatra e coordenadora do Serviço de Obesidade e Transtornos Alimentares do IEDE, Silvia Freitas.
O serviço oferecido no IEDE é referência no atendimento aos pacientes com obesidade e disponibiliza o acompanhamento antes e depois da cirurgia bariátrica.
- Aqui o paciente encontra um acompanhamento completo, com vários profissionais. Em alguns casos, quando não é possível a redução de peso através do tratamento clínico e da terapia, caso o paciente se encaixe no perfil, podemos encaminhá-lo para a cirurgia de redução de estômago. Nesses casos, ele também recebe o acompanhamento antes e após a cirurgia. Já tratamos aqui pacientes que fizeram a bariátrica há 10 anos e que voltaram a engordar por não terem um tratamento adequado. Também acolhemos essas pessoas aqui – destaca a endocrinologista e coordenadora do SOTA, Lívia Lugarinho Corrêa de Mello.
O instituto é também referência na rede pública no tratamento contra uma doença genética rara – a síndrome de Prader-Willi, que é a forma mais comum de obesidade de causa genética. O problema causa baixo peso nos primeiros anos de vida, atraso no desenvolvimento, transtornos no comportamento e a hiperfagia, um apetite insaciável que pode evoluir para obesidade de difícil controle. Além disso, também estão disponíveis o tratamento para o controle de anorexia e da bulimia. Para os pacientes mais graves, o hospital também disponibiliza internações em enfermaria.
Paciente do IEDE há 19 anos, a dona de casa Maria Batista de Souza, tem no instituto uma referência para o tratamento de alguns problemas de saúde que teve ao longo da vida. Contra a obesidade, há um ano e meio ela passou pela cirurgia bariátrica e agora faz o acompanhamento pós-cirúrgico também no hospital.
- Aqui no Instituto eu encontrei nos profissionais verdadeiros amigos. Tive diabetes por anos e consegui controlar com a ajuda da equipe. Também fiz acompanhamento por muito tempo contra a obesidade. Mas como não consegui emagrecer, tive que fazer a redução de estômago que foi realizada no Hospital Carlos Chagas. Agora, depois de um ano de operada, continuo indo ao IEDE para manter a saúde e me cuidar, pois não posso voltar a engordar. Só aqui encontrei esse tipo de apoio – disse Maria Batista.