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Pé Diabético: quem tem a doença precisa dar atenção aos pés. IEDE oferece serviço específico

18/11/2013

Atendimento voltado exclusivamente para usuários do instituto conta com oficina que recondiciona e finaliza peças. Nos últimos 10 anos, mais 5 mil palmilhas e cerca de 680 calçados foram fornecidos gratuitamente aos pacientes

Foto: ASCOM/SES

Lixadeira, cola de sapateiro, fôrmas. Muitos dos pacientes que se tratam no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (Iede), no Centro do Rio, não imaginam que esses instrumentos sejam usados em uma sala no final do corredor do primeiro andar do instituto. Lá, funciona uma pequena oficina, operada por técnicos em órteses e próteses, que recondiciona e ajusta palmilhas para pacientes diabéticos que se tratam na unidade. Esse é apenas um dos serviços presentes na Unidade do Pé Diabético (UPD), que existe há 17 anos. Focada no tratamento e cuidado aos pés de quem tem diabetes, a UPD fornece gratuitamente palmilhas e sapatos personalizados exclusivamente para pacientes do Iede, além de serviços de massoterapia, exercícios para os pés e procedimentos fisioterapêuticos. Nos últimos 10 anos, o serviço forneceu quase 5 mil palmilhas e cerca de 680 calçados.

A UPD foi criada para orientar e ajudar diabéticos na prevenção de lesões e de consequentes amputações. Além disso, as palmilhas e calçados oferecidos previnem lesões, distribuem a pressão do pé e protegem a planta do pé, além de auxiliarem também na melhoria da qualidade de vida do doente, que, em geral, passa a sofrer menos com calos e fissuras nos pés ao usar essas órteses.

O foco nos pés se explica pela alta incidência de problemas na região, muito comum em quem tem a doença. As intercorrências nos pés diabéticos são a segunda principal causa de amputação de membros inferiores depois da traumática, ocasionada por acidentes, por exemplo. Como estão constantemente expostos, precisam de proteção especial para que fissuras, cortes, feridas e frieiras não se transformem em algo mais grave.

Para participar do projeto, o paciente é avaliado pela equipe da UPD, composta por assistente social, enfermeiras, fisioterapeutas, massoterapeutas e terapeuta ocupacional, que faz a anamnese do caso, e passa por um exame detalhado dos pés, que avalia o grau de risco para desenvolvimento de lesão e amputação. A partir daí, ele é agendado para o grupo de orientação dos cuidados básicos. Lá, recebe orientações sobre cuidados básicos com os pés, higiene, escolha de calçados, como cuidar das unhas, riscos que corre ao andar descalço ou com calçados inadequados, hábitos que devem ser mudados, dentre outros assuntos. “O grupo realiza um trabalho de prevenção para evitar lesões e amputações e explica aos pacientes sobre a necessidade das mudanças e dos cuidados. Também contamos com o grupo de exercícios dos pés, que visa prevenir deformidades que começam a partir de um encurtamento, de fraqueza muscular. Em geral, o paciente não se dá conta de que não cuida do pé. Esse contato do exercício é muito importante porque ele vai percebendo melhor essa parte do corpo”, explica o diretor do Iede, Ricardo Meirelles.

Maria Aparecida Lourenço se trata no instituto desde 1982 e aderiu ao tratamento na UPD há dois anos. Portadora de diabetes há três décadas, a professora de 51 anos, moradora de Jacarepaguá, usa sapato e palmilha especial, ambos fornecidos pelo serviço. Na última visita, Aparecida passou pelo tratamento com a massoterapeuta e aproveitou para fazer a revisão da palmilha. “Eu acho o serviço maravilhoso porque antes os sapatos não duravam muito, entortavam rapidamente, era muito desconfortável. Além disso, eu tinha frieiras com frequência. Agora tenho um sapato apropriado pro meu pé, me sinto muito bem. E a massoterapia me ajuda a reduzir o inchaço nos pés e nas pernas, alivia a dor. Venho aqui toda semana”, comemora.

Massoterapia - Nas sessões de massoterapia, Maria Lúcia Alves, uma das profissionais que atua no serviço, faz drenagem linfática, hidratação da pele, liberação de aderência de cicatrizes, dentre outros procedimentos. “Aproveito para, durante a sessão, ensinar ao paciente como massagear os pés e as pernas em casa, fazer alongamentos que ajudam na circulação e até exercícios para diminuir as câimbras, muito comum nesse tipo de doente”, conta. Nas consultas, os pacientes recebem um hidratante com ureia que ajuda a prevenir rachaduras na pele, que podem evoluir pra feridas.

Caso haja indicação, todos os pacientes têm direito à palmilha. Já os sapatos são fornecidos apenas àqueles que possuem grau de risco entre 1 e 3 e que tenham indicação para o uso. As palmilhas são confeccionadas a partir de um molde personalizado, feito na própria UPD. Na oficina, também são realizados ajustes e finalização das peças, se for necessário. “O diabético tende a ter falta de sensibilidade nos pés e os sapatos comuns não são recomendados nesses casos. Quando o diabético se machuca, muitas vezes não sente e isso pode causar diversos problemas. As pacientes mulheres costumam ser um pouco reticentes ao modelo do sapato porque ele não é dos mais femininos, mas quando argumentamos a importância para a saúde dos pés, evitando problemas futuros, elas acabam aderindo e sentindo os benefícios que o sapato pode trazer”, ressalta Ricardo.

A paciente Nilza Veiga, de 49 anos, moradora de Vila Isabel, frequenta a unidade há mais de cinco anos. Sua irmã, Elza dos Santos, conta que ela tinha calos que causavam muita dor. “Antes de usar a palmilha, os tênis dela sempre envergavam pra dentro e ela sentia muito desconforto. Hoje em dia, a Nilza se sente bem melhor”, conta. Nilza, que, além de diabética, tem Síndrome de Down, foi até a unidade para renovar a forração das palmilhas e deixá-las mais macias. “Os pés dela estão ótimos, praticamente sem calos”, elogiou Ricardo.

 

Fonte: ASCOM/SES

 

 

 

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